Aproveito este fim de semana de selecção nacional para falar do clube do meu coração e da minha razão, o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!
Falo neste blog dos prazeres, das paixões. O Sporting também é isso, um grande prazer e uma grande paixão. Um clube diferente que se assume também, não pela quantidade, mas pela qualidade dos seus adeptos e simpatizantes. Como este grande sportinguista (cujo nome também começa por "S") e que aqui deixo pela qualidade e pelo bom gosto com que sempre nos brinda. Viva o Sporting! Viva o Sérgio Godinho! Às vezes o amor...
Num tempo em que não há tempo, apenas peço silêncio e sossego, oito minutos para a música de Pat Matheny & Charlie Haden e para as palavras intemporais de Ricardo Reis. Palavras ditas no tempo e no modo certos, palavras que nos trazem de volta ao que realmente importa, que recentram o discurso no verbo. Não é mais um momento pretencioso de poesia e de música calma, é uma angústia sentida, uma saudade do futuro, um dia que se esfuma e uma noite que se ergue sobre as cinzas de mais uma jornada de trabalho. Cada coisa... cada coisa... a chuva parou, a lua aparece, e tu, onde estás?
Cada Coisa
Cada coisa a seu tempo tem seu tempo. Não florescem no inverno os arvoredos, Nem pela primavera Têm branco frio os campos.
À noite, que entra, não pertence, Lídia, O mesmo ardor que o dia nos pedia. Com mais sossego amemos A nossa incerta vida.
À lareira, cansados não da obra Mas porque a hora é a hora dos cansaços, Não puxemos a voz Acima de um segredo,
E casuais, interrompidas, sejam Nossas palavras de reminiscência (Não para mais nos serve A negra ida do Sol)
Pouco a pouco o passado recordemos E as histórias contadas no passado Agora duas vezes Histórias, que nos falem
Das flores que na nossa infância ida Com outra consciência nós colhíamos E sob uma outra espécie De olhar lançado ao mundo.
E assim, Lídia, à lareira, como estando, Deuses lares, ali na eternidade, Como quem compõe roupas O outrora compúnhamos
Nesse desassossego que o descanso Nos traz às vidas quando só pensamos Naquilo que já fomos, E há só noite lá fora.