6.20.2009

O último dia da primavera


Hoje acordei nostálgico.
De há uns anos a esta parte acontece-me sempre isto no último dia da primavera.
Acordei com a sensação de estar deslocado no tempo, de viver um tempo que não é meu, de não estar a viver o meu verdadeiro tempo.
Acordei com a sensação de que o vento me queria soprar qualquer coisa indizível. Mas não corria nem uma brisa.
Acordei e levantei-me, como faço todos os dias. Porque não basta acordar.
Hoje acordei. Amanhã, não sei.
O que sei é que todos os dias acordo para ser um homem novo. Por isso levanto-me. E caiu.
Hoje acordei. Amanhã, não sei.
Caiu e levanto-me. Todos os dias. Até que chegue a última primavera.