2.15.2006

(m) Monsenhor Quixote

Monsenhor Quixote é um livro de Graham Green, que classifico de absolutamente fascinante. Esta classificação é obviamente subjectiva porque resulta da minha avaliação pessoal, do meu gosto, mas a verdade é que gostamos de partilhar com os outros aquilo que também nos deu e dá mais prazer.
Este foi seguramente um dos livros que mais me marcou. De fácil leitura, a sua "densidade" resulta da forma iteligente e simple como o autor aborda um tema sobre o qual mantive dezenas de discussões com amigos, na minha juventude - comunismo e cristianismo.
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Trata-se da história do Padre Quixote que vivia numa aldeia perdida nos confins da Espanha, uma existência simples e tranqüila, a conversar com o alcaide comunista, a ouvir as críticas do bispo, a discutir com Teresa, sua velha empregada. Um dia socorre um bispo em aflição, cujo Mercedes avariara na estrada. Levou-o para casa no seu pequeno e velho carro a que dera o nome de Rocinante, em memória ao cavalo do seu famoso ancestral, Dom Quixote. A partir desse momento, toda a sua vida muda. O livro é um diálogo profundo e fascinante entre comunismo e cristianismo, Cristo e Marx, amor e obediência, fé e dúvida. As aventuras vão-se sucedendo e como na história do Cavaleiro de La Mancha, tudo conduz a um final trágico, faltando apenas queimar as obras de cavalaria de monsenhor, como Sancho chamava aos livros da preferência de Monsenhor Quixote, livros que falavam do amor a Deus, de São Francisco de Sales, Santo Agostinho. No final, Sancho descobre a grande verdade: que o ódio se desvanece com a morte, enquanto que o amor persiste e cresce. Mesmo depois da morte.
Se quiserem, fica a sugestão.

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Monseñor Quijote, 1982