1.15.2006

(p) Pai

Justifica-se um salto no abecedário até à letra “p”. Faz esta semana precisamente quatro anos que vi o meu pai pela última vez.
Tenho dele como última imagem a de um homem cansado pela doença. Guardo dele como a melhor memória, o seu amor pela família e de modo particular pelos filhos. É essa memória que me tranquiliza ao recordá-lo, a saudade de um amigo que se espera voltar a encontrar sem que nunca tenha partido. Apetecia-me cantar-lhe


um pai, é sempre um pai
p’ra toda a vida
mesmo que num dia chova
e noutro faça sol
e nem mesmo esse olhar
na despedida
é um adeus
pois dizes sempre
”até depois”

quem foi
que me aqueceu
nas noites frias de Inverno
quem foi
que me ensinou
a amar a liberdade
quem foi
que não esqueceu
as minhas primaveras
quem foi
que me ensinou
a olhar a estrelas

um pai, é sempre um pai
mesmo que um dia
eu não sinta o calor da tua mão
mas nem por um minuto
eu trocaria
mesmo nos dias maus tu foste
como um irmão

quem foi
que me guiou
nesse mar cheio de perigos
quem foi
que me ensinou
que o melhor
são os amigos
quem foi
que não esqueceu
as minhas primaveras
quem foi
que me ensinou
a olhar a estrelas

e só quando fui pai
eu percebi
todo esse amor
que sempre vi
brotar de ti

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu sabia que tu eras um rapaz sensivel.....ás vezes dizes umas larachas...mas é porque tb tens outra qualidade"sentido de humor" .
Parabens pelo blog.