1.05.2006

(g) Gastronomia



Não é que eu seja um "boa boca", tenho os meus pecadilhos - os mariscos, as açordas, as favas, os polvos, as lulas, as enguias e as raias, estão completamente excluídos da minha dieta alimentar e, consequentemente, dos meus prazeres da degustação. Contudo, excluídas estas "iguarias" que me causam engulhos e por que por vezes me deixam amargo de boca ao verificar o deleite de quem com elas se compraz, sou um indefectível apreciador da boa cozinha portuguesa cuja gastronomia regional se traduz numa variedade farta de sabores, aromas e cores, que me fazem pecar por gula mais vezes do que aquelas que seria recomendável. Enchidos e queijos soberbos, pão e broa abençoados, sopas divinais, peixes aromáticos, carnes suculentas, doces conventuais, divinais, celestiais, pecaminosos, viciantes, que me transformam, por via da desvirtude, no mais desprezível sacripanta. É a minha cruz. Não resisto a um caldo verde, a uma sopa de feijão com couve, de grão, de tomate, de legumes, quentinha, a um bacalhau assado com batatas a murro, a uns joaquinzinhos com arroz malandro, a uma massa de robalo, a uma caldeirada de petinga, a uma posta mirandesa, a umas lentriscas com arroz de feijão, a uma feijoada, rancho, feijoca, chanfana, rojões, vitela de Lafões, leitão da Bairrada, cabrito à padeiro, arroz de forno, galo de cabidela, morcela, de arroz, de sangue, de ir às lágrimas, espetadas da Madeira, bife à Cristal...meu Deus...
Enquanto os sentidos quiserem e o corpo não se queixar, (mas nunca sozinho!), digam lá vocês se devo resistir ou continuar a pecar?!...

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