(s) São Pedro de Moel
Pego na bicicleta e arranco em direcção ao mar. Pedalo pela mata, por entre pinheiros bravos, acácias e eucaliptos de grande porte, inspirando em golfadas o ar forte e com aroma a terra, que anuncia a brisa marinha. Os fetos estão verdes e o musgo mal consegue esconder os míscaros que rompem o tapete verde, o mesmo que aconchegou no presépio o Deus Menino no último Natal. Procuram os primeiros raios de sol da primavera, depois das chuvas purificadoras do inverno. E eu, montado na minha bicicleta, ignoro o cansaço e pedalo ao ritmo do vento que embala ramos e folhagens, em busca do mar e da calma desta mansa praia; deste pedaço de terra com nome de santo, o mesmo que guarda as chaves do Paraíso e que tomou por sua conta, a mando do Criador, este pequeno tesouro que Ele mesmo reservou para os Homens das Fábricas de Fogo.
De repente a densa mata rasga-se e abre-se num céu azul, azul forte, azul vivo, azul suave, da cor do mar, da cor dos sonhos que perdi com a idade, mas que teimosamente me assaltam quando, dormitando, julgo dar descanso ao corpo.
Num último esforço deixo para trás o Canto do Ribeiro e subo em direcção ao horizonte. Fixo os olhos no mar, respiro fundo, esqueço quase tudo e ouço no vento a poesia de D. Diniz, de Afonso Lopes Vieira. Em baixo, a Praia Velha guarda histórias de resistência, guarda o ribeiro que atravessou o pinhal, separando com uma língua de areia o seu derradeiro encontro com o mar. Os pinheiros que bordam a orla marítima há muito que se vergaram diante deste cenário deslumbrante, contorcendo-se, rastejando, procurando na terra-mãe protecção para os dias de tempestade.
Já se avista o Farol e o Penedo da Saudade, as muralhas que protegem o promontório, e por detrás, o casario. Finalmente chego. São Pedro abre-me as portas e deixa-me entrar no Paraíso. Se pudesse, escolhia não haver tempo, escolhia este pedaço de terra e de mar para viver o que resta das estações do ano.
De São Pedro de Moel, apenas vos digo o que sinto. Não ouso ir mais além. Outros, de forma superior, escreveram, pintaram, fotografaram. Convido-vos apenas a visitarem as imagens que o Miguel Costa fixou para as gerações vindouras.
De repente a densa mata rasga-se e abre-se num céu azul, azul forte, azul vivo, azul suave, da cor do mar, da cor dos sonhos que perdi com a idade, mas que teimosamente me assaltam quando, dormitando, julgo dar descanso ao corpo.
Num último esforço deixo para trás o Canto do Ribeiro e subo em direcção ao horizonte. Fixo os olhos no mar, respiro fundo, esqueço quase tudo e ouço no vento a poesia de D. Diniz, de Afonso Lopes Vieira. Em baixo, a Praia Velha guarda histórias de resistência, guarda o ribeiro que atravessou o pinhal, separando com uma língua de areia o seu derradeiro encontro com o mar. Os pinheiros que bordam a orla marítima há muito que se vergaram diante deste cenário deslumbrante, contorcendo-se, rastejando, procurando na terra-mãe protecção para os dias de tempestade.
Já se avista o Farol e o Penedo da Saudade, as muralhas que protegem o promontório, e por detrás, o casario. Finalmente chego. São Pedro abre-me as portas e deixa-me entrar no Paraíso. Se pudesse, escolhia não haver tempo, escolhia este pedaço de terra e de mar para viver o que resta das estações do ano.
De São Pedro de Moel, apenas vos digo o que sinto. Não ouso ir mais além. Outros, de forma superior, escreveram, pintaram, fotografaram. Convido-vos apenas a visitarem as imagens que o Miguel Costa fixou para as gerações vindouras.
1 comentário:
Se não fosse S.Pedro e o Pinhal, que seria dos amantes da natureza marinhense... ;)
Viva a Marinha!
É bom lê-lo.
A foto está um primor.
Até sempre, Filipe!
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