4.25.2006

(v) 25 de Abril


Grandola Vila Morena

(Letra e Música de José Afonso )

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade


«Daqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas:
As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos, sinceramente, que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom-senso dos comandos das forças militarizadas, no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário só poderia conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua ocorrência aos hospitais a fim de prestar eventual colaboração que se deseja sinceramente desnecessária.»
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VIVA A LIBERDADE! E Venham Mais Cinco...

1 comentário:

Anónimo disse...

As mentiras de Abril!!!

Trinta e dois anos cá continuamos de pé, tentando – a despeito da irrisória fragilidade dos nossos meios - combater o mais possível o triunfalismo de “pompa e circunstância” do “25 de Abril”.
Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Abril de 2006, é tempo mais que suficiente para a mistificação, a mentira, o esquecimento e o adormecimento da consciência crítica.

Em palcos improvisados e premeditados decorreu o espectáculo comemoracionista, isto é, na Assembleia da República, no Palácio da Presidência, nas Assembleias Distritais, nas Câmaras Municipais e nos desfiles militares, estão presentes os mesmos inimigos de sempre: não mais os obsoletos “mosqueteiros do rei”, mas a corte habitual de generais e almirantes republicanos, de presenteados e proxenetas da democracia representativa, de grandes capitalistas e seus homens de palha, de burocratas, tecnocratas, gestores, bufos. Desta feita, segundo consta, com o patrocínio da Coca-Cola e, muito possivelmente também, da Mercedes-Benz, da Toyota, da General Motors, do Papa, da seita Moon, da Maçonaria, da Internacional Social-Democrata, do Fundo Social Europeu, do Fundo Monetário Internacional, da CIA e do FBI ...

Apesar das inevitáveis trocas de galhardetes e outras picardias entre o “nosso” Presidente da República e o “nosso” Primeiro-ministro, ou entre tenores socialistas e sociais-democratas, acerca da “democracia de sucesso”, todos dizem substancialmente o mesmo:
Que as Forças Armadas, facto inédito na História, “libertaram” o bom povo português, depois de o terem bem, aferrolhado durante cerca de 50 anos;
Que já temos “liberdade de expressão", quer dizer, liberdade das cordas vocais, embora a imensa maioria não tenha qualquer meio para exprimi-la;
Que a democracia ainda não é perfeita, mas que para lá se caminha a passos largos, a despeito da permanente insatisfação humana e da perene imperfeição do “Homem”;
Que o “socialismo de distribuição”, segundo a fórmula do impagável filósofo Sottomayor Cardia, ainda há-de fazer das suas, sobretudo quando Ele chegar à Presidência da República ou da sua Junta de Freguesia; que os aspectos liberais do socialismo democrático, bem como os aspectos sociais do liberalismo avançado, têm que convergir numa grande corrente unitária de pensamento e acção, conquanto salvaguardando sempre as possibilidades de alternância no poder e o saudável “pluralismo” das outras correntes de “amigos do tacho”; etc., etc. E todos patenteiam a alegre despreocupação e as fauces rosadas de quem está bem instalado na vida e tem sobejas razões para brindar.

Nem troca-tintas nem vira-casacas, e tentando superar a atitude meramente estética da “náusea pura”, vamos lá descortinar as razões de tanto comemoracionismo beato, de tanta e tão elaborada mentira ideológica; precisamente porque, a vinte anos de distância, é perfeitamente “Inatural” que os principais polichinelos e os títeres subalternos estejam completamente desmemoriados, ou então tenham a memória demasiado “selectiva”...

Cladestino

nota:
Amigo Grilo, não pode conter a revolta deste Abril.
Tu conheces este grito de revolta não conheces?
Abraço