7.01.2010

(m) Música


Só há poucos dias consegui as fotos deste que foi um daqueles dias que jamais esquecerei, 25 de Abril de 2010. O Francisco tocou comigo pela primeira vez. A Morte Saiu à Rua e Utopia, de Zeca Afonso, no salão nobre da câmara municipal. Ele estava de cravo vermelho e eu estava nervoso e comovido. Oxalá se repita.


Utopia

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

(Zeca Afonso)

2 comentários:

folha seca disse...

Caro Filipe Gomes

Imagino a sua emoção ao tocar e cantar com o seu filho as canções do Zeca.

Recentemente estive no Porto nas comemorações dos 80 anos do Zeca
(publiquei no Largo das Calhandreiras, um post sobre isso)
e uma das coisas que mais me emocionou foi ver e ouvir as crianças da escola da Ponte, cantar Zeca Afonso. O que mostra que as suas canções vão ficar, por cá.
Cumprimentos
R.H

Filipe Gomes disse...

Folha Seca,
o gosto também se educa e o Zeca é intemporal. Cá em casa ouve-se um pouco de tudo, mas garanto-lhe que os mais novos já trauteiam a maioria das músicas do Zeca Afonso, o que me enche de satisfação.
Cumprimentos também para si e obrigado por estes pequenos diálogos.