(d) Discos
Em cima do prato gira sem parar, a 33 r.p.m., um disco de vinil preto, marcado por linhas quase imperceptíveis de música e poesia. A agulha, de sensibilidade e dimensões quase capilares revela, a 33 r.p.m., os segredos gravados nos micro-sulcos em forma de espiral. Da periferia para o centro a agulha desloca-se à velocidade de 33 r.p.m., música e poesia à velocidade certa. Os discos são pedaços de vida original e tal como a vida também eles têm uma velocidade certa, um ritmo. As capas em papel grosso, quase cartão, são por vezes pequenas maravilhas gráficas que os protegem do pó e os embrulham para olhos desejosos. Enquanto escuto, como se de um livro se tratasse, miro a capa e a contra-capa, o interior, fascinado com os desenhos e fotografias, com as letras e com as dedicatórias.
A tecnologia veio dar uma preciosa ajuda, os cd’s são mais pequenos, mais fiáveis, de melhor qualidade, a vida já não se mede em rotações por minuto. Mas nem por isso deixo de ter saudades dos meus velhos discos.
7 comentários:
Pois não Filipe, a vida já não se mede em rotaçõs por minuto!... E sabes que, em certa medida, é pena que já assim não seja?
Eu venho do tempo em que os discos não eram de vinil nem as rotações se mediam pelas 33 1/3 rpm!...
A minha memória, vivida, vem dos discos em massa e cuja rotação era as 78rpm... e, cada um desses discos, embora praticamente do mesmo diâmetro dos LPs a que fazes referência, esses discos, dizia eu, só continham um tema por face!!
Longínquos esses tempos, não é?
Mas tive oportunidade de os viver, de forma muito intensa, acredita!
Depois vieram os LPs e os pequenos de 45rpm, os quais podiam ser singles (um tema por face) ou múltiplos (normalmente dois temas por face)!
Depois veio o CD, embora os amantes da música continuem a dizer que os discos de vinil permitem fruir a música de uma forma mais pura... Será?
Seja como for, o certo é que o 'velho' vinil parece estar de volta, segundo tenho vindo a ler em escritos diversos...
Mas lá que o CD é mais prático, isso também é verdade!
E como as coisas estão sempre a evoluir, até o CD já vê a sua existência ameaçada com o aparecimento do MP3 e outros suportes...
De qualquer forma estou de acordo contigo... O ‘velho’ vinil continua a ocupar um espaço de saudade nos nossos corações!...
Seja qual fôr o formato uma coisa não muda: certas músicas provocam-nos mais batidas por minuto no coração.
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Em cada tempo as coisas boas têm suas formas próprias. A sabedoria está em saber aproveita-las em toda sua intensidade. Gostei do seu espaço. E vou voltar vez por outra.
O Vinil é uma espécie Viril em extinção!
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